Publicado em: 1 de maio de 2025
Evento na Praça da República, em Belém, reuniu trabalhadores/as e sindicalistas em defesa de direitos e melhores condições de trabalho
Na última quinta-feira, 1º de Maio, Dia do Trabalhador, o SINDJU participou de um ato na Praça da República, em Belém, reforçando a importância da data como marco das lutas históricas por direitos trabalhistas. A mobilização destacou pautas urgentes da categoria, como a resistência à escala 6×1 e o combate ao aumento da jornada de trabalho no Judiciário.
Wbirajara Santos, diretor do SINDJU, enfatizou a necessidade de valorização sindical e a oposição às medidas que ampliam a exploração laboral: “estamos numa perspectiva de combate à escala 6×1, uma escala desumana que não valoriza os trabalhadores e trabalhadoras. No Judiciário, enfrentamos a ameaçã de aumento da carga horária para oito horas diárias, decidida de cima para baixo. Toda mudança deve ser discutida com a categoria e com o sindicato que tem carta sindical para representar a categoria, que é o SINDJU”, reforça Santos.
Ao refletir sobre os desafios da categoria, Matheus Mota, também diretor do SINDJU, destacou a contradição entre a importância social do trabalho no Judiciário e as condições impostas aos servidores e servidoras: “Precisamos romper com a falsa ideia de que servidores públicos estão imunes às mesmas pressões que atingem outros trabalhadores. Nossa luta hoje envolve desde a resistência aos mecanismos modernos de controle e intensificação do trabalho até a defesa intransigente contra qualquer tentativa de ampliação indevida da jornada”, explicou. Ele ressaltou ainda que “o 1º de Maio deve servir como alerta: nossos direitos não são concessões, mas conquistas que exigem vigilância permanente, especialmente quando setores do Judiciário tentam impor mudanças sem diálogo com a base”.
Everson Costa, supervisor técnico do DIEESE, destacou as contradições do mercado de trabalho no Pará e os desafios enfrentados pelos trabalhadores: “Embora o estado seja a décima maior economia do Brasil, com projeção de um PIB de 390 bilhões até 2027, a realidade dos trabalhadores paraenses ainda é marcada pela precariedade. Cerca de 40% da força de trabalho está na informalidade, e metade dos ocupados recebe apenas um salário mínimo – uma distância gritante em relação ao potencial econômico do estado. Além disso, avançam ameaças como a terceirização no serviço público e a flexibilização de direitos, que fragilizam ainda mais as condições laborais. É urgente que o debate sobre desenvolvimento, incluindo a pauta ambiental da COP30, incorpore a transição justa, garantindo que os trabalhadores não sejam tratados como meras engrenagens, mas como protagonistas de um crescimento sustentável e com distribuição de renda”, explica.
Danyelle Martins, presidente do SINDJU, reforçou a importância da organização coletiva e da memória histórica das lutas trabalhistas: “Estamos aqui não apenas para celebrar o 1º de Maio, mas para reafirmar que cada direito conquistado – como férias, 13º salário e jornada regulamentada – foi fruto de décadas de resistência e mobilização. Hoje, enfrentamos novos desafios: a tentativa de impor jornadas exaustivas, a precarização disfarçada de modernização e ataques à estabilidade do serviço público”, explicou. A Presidente do sindicato afirma que não podemos naturalizar retrocessos e que o SINDJU existe para unificar a categoria, amplificar a voz dos servidores e servidoras, e garantir que nenhuma decisão seja tomada sem a participação da categoria. “A luta não parou no passado – ela se renova a cada dia, e só permanecemos fortes enquanto estivermos organizados”, finaliza.
Diante dos desafios, o SINDJU reafirma seu papel estratégico como instrumento de luta e representação legítima dos trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário. Neste 1° de Maio, enquanto celebramos as conquistas do passado, renovamos o compromisso com as batalhas do presente – jornadas extenuantes, precarização e qualquer forma de retrocesso. O sindicato segue na luta, articulando a categoria, fortalecendo alianças e garantindo que nenhuma decisão sobre o futuro do trabalho seja tomada sem a participação efetiva dos trabalhadores e trabalhadoras. Juntos somos gigantes.