Publicado em: 11 de junho de 2025
Evento realizado em Brasília debateu violência política, construção coletiva e estratégias para ampliar participação das mulheres no sindicalismo
O SINDJU marcou presença no Encontro Nacional de Mulheres da Fenajud, realizado na última segunda-feira (2), em Brasília, com mais de 60 participantes de todas as regiões do país. O evento, que promoveu formação política e troca de experiências, reforçou a necessidade de ampliar a representatividade feminina nos espaços sindicais e combater desigualdades estruturais. Representando o SINDJU, participaram do evento a Presidente Danyelle Martins e a diretora Walderez Matos.
A programação começou com a mesa “Mulheres, trabalho e sindicalismo: uma história que não começou ontem”, ministrada pela historiadora Suzana Veiga (UFPE), que destacou a trajetória muitas vezes apagada das mulheres nos movimentos sociais. Em seguida, a professora Manoela Veras abordou a violência política de gênero na mesa “Violência Política contra as Mulheres: reconhecer para enfrentar”, expondo como o ambiente violento limita a atuação das mulheres em postos de decisão. “Conhecemos os desafios enfrentados por mulheres que desejam participar de um ambiente predominantemente masculino, e ouvir relatos de outras dirigentes sobre suas dificuldades, tanto no trabalho quanto nas relações sindicais, reforça a urgência de mudanças”, explicou a dirigente do Pará.
No período da tarde, Bruna Franchini, Especialista em Políticas Públicas e Justiça de Gênero pela CLACSO, provocou reflexões com a mesa “Construir comunidades: a política relacional de mulheres”, trazendo a discussão das redes de cuidado como ferramentas de transformação. Para Danyelle, o ponto alto foi a discussão sobre como construir soluções que se alinhem ao repertório das mulheres, sempre muito diverso e heterogêneo. “Chamar mulheres para uma reunião com espaço de fala determinado é muito mais difícil do que chamá-las para comer um café com bolo, para fazer alguma atividade ao ar livre. E, dentro desses momentos, abordar os assuntos que são necessários, encontrar as saídas com mais criatividade para os problemas que se apresentam”, refletiu.
E a programação foi encerrada com a mesa “Existir e resistir em coletivo: relatos de experiências dos coletivos de mulheres do judiciário”, com Ana Carolina Lôbo, coordenadora de Gênero, Etnia e Geracional da FENAJUD, que avaliou o Encontro: “Foi um lindo encontro! Rico em informações e troca de experiências, que fortaleceu a todas as mulheres presentes. As mulheres são maioria entre os servidores do Judiciário, e precisam estar representadas à altura nas entidades de classe. Para isso, precisa haver a intencionalidade política por parte dos sindicatos de ampliar essa participação, e foi nesse sentido que o evento, em sua parte propositiva e deliberativa, aprovou que a Fenajud deve realizar anualmente os encontros de mulheres e fomentar a construção de coletivos nos sindicatos onde eles não existem”, ressalta. Entre as deliberações aprovadas está a realização anual do encontro e o fomento à criação de coletivos de mulheres nos sindicatos filiados.
Danyelle reforçou os encaminhamentos: “Aprovamos a criação de uma rede nacional de coletivos, com apoio mútuo entre os estados. O SINDJU seguirá incentivando a participação das mulheres, porque só com união e estratégias coletivas avançaremos”. O SINDJU reafirma seu compromisso com a pauta das mulheres e seguirá atuando para garantir que as vozes das trabalhadoras do Judiciário sejam ouvidas e respeitadas. Com formação e mobilização, a categoria avança na construção de um sindicalismo mais igualitário e representativo. Juntas somos gigantes.
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