Publicado em: 2 de setembro de 2019
Nós, trabalhadores do Tribunal de Justiça do Estado do Pará esclarecemos à sociedade paraense que, diante da redução de nossos salários e más condições de trabalho que vivenciamos há anos, sentimos a necessidade de iniciar uma greve.
Com frequência somos confundidos com as altas funções do judiciário, que contam com honras e privilégios diversos. A realidade vivida pela categoria dos servidores é muito diferente.
Desde 2016 nossos salários vêm sendo reduzidos, pois o TJPA se nega a pagar a reposição da inação, que é um direito constitucional. Trabalhamos na solução de processos cujo número aumenta diariamente, enquanto o número de servidores para atender a todas as demandas é insuficiente. E ainda nos acusam de contribuir para a lentidão da justiça.
Dentro das limitações financeiras e operacionais, realizamos nosso trabalho com ética e compromisso. Mesmo nas comarcas mais distantes, garantimos a presença do Estado e da justiça sem nos amedrontar, na maioria das vezes trabalhando em fóruns sem segurança, fazendo trabalho extraordinário sem retribuição, sempre com o compromisso de não deixar a população sem acesso à justiça. Mas ao falarmos das solicitações da nossa categoria, para melhorar o serviço entregue para a população, tentam nos silenciar, e descredibilizar nossas reivindicações.
Faz parte do nosso cotidiano situações de assédio moral, perseguições gratuitas, tratamento diferenciado entre os próprios servidores, não raro estando os efetivos, aqueles que mereceram o lugar que ocupam, em situação de desvantagem. Frequentemente também vimos a própria justiça ser deixada em último plano.
Por fim, levamos a reputação de privilegiados sem sermos. Vivemos uma situação incomum, na qual somos julgados por nossos patrões, que desmerecem e dificultam nossa luta.
Estamos em greve porque não podemos ficar de braços cruzados, deixando nossos direitos serem negados e nossa luta ser ignorada! E acima de tudo, estamos em greve para garantir respeito e valorização.
Nós, servidores, estamos abertos ao diálogo para obtermos soluções justas para nossa luta, mas também seguiremos fortes até que nossos direitos sejam respeitados e garantidos. Em luta, e com respeito à sociedade!