Publicado em: 3 de outubro de 2024
Protesto coincide com sétimo dia de greve da categoria e contou com apoio de dirigentes sindicais de diversos estados
A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário (FENAJUD) realizou um ato, em Belém, na última quinta-feira, 3, por ocasião da abertura do CONSEPRE, visando denunciar as disparidades no orçamento voltado para magistrados e servidores. Simultaneamente, servidores e servidoras do TJPA chegavam ao sétimo dia de greve com uma manifestação em frente ao Fórum Cível de Belém. O ato duplo contou com a participação de dirigentes sindicais de diversos estados, reforçando a pressão sobre o Tribunal de Justiça do Pará. Entre as pautas da greve estão a reivindicação por melhores condições de trabalho, isonomia no pagamento de adicionais e melhorias salariais.
Danyelle Martins, Presidente do SINDJU, destacou a importância da manifestação no dia da abertura do evento do Conselho de Presidentes de Tribunais de Justiça (CONSEPRE), que ocorreu na capital. “A manifestação é diferente porque coincide com o encontro do Conselho de Presidentes, são presidentes de todos os Tribunais de Justiça do Brasil e a nossa federação, a FENAJUD, está aqui para fazer um contraponto, denunciando as desigualdades e privilégios da magistratura, enquanto os direitos dos servidores não são reconhecidos”, afirmou.
A pauta de greve inclui, entre outros pontos, a revisão dos plantões dos servidores e servidoras, que, segundo Danyelle, representam uma exploração do trabalho sem pagamento de horas extras ou adicionais noturnos. Além da extensão do auxílio-transporte para todas as comarcas e a isonomia no pagamento de risco de vida. A coleta biométrica de pessoas privadas de liberdade, uma atividade que, segundo a dirigente, é um desvio de função, também integra a lista de reivindicações.
A mobilização em Belém ganhou o reforço de lideranças sindicais de diversos estados. Alexandre Santos e Elisângela Paula, coordenadores gerais da FENAJUD, marcaram presença no ato e expressaram solidariedade à luta dos servidores e servidoras paraenses. “Estamos aqui, primeiramente, para fortalecer a luta dos trabalhadores do Tribunal de Justiça do Pará. Além disso, estamos realizando uma ação paralela ao Conselho de Presidentes, que reiteradamente toma decisões que favorecem a magistratura em detrimento dos servidores”, afirmou Santos. Já Elisângela Paula ressaltou as disparidades no orçamento voltado para magistrados e servidores, especialmente em relação ao auxílio-saúde e ao auxílio-alimentação.
Adriana Bicalho, integrante do Conselho Fiscal do SERJUSMIG, de Minas Gerais, destacou que o movimento no Pará reflete a luta de servidores de todo o país. “Não faz sentido o adoecimento, o assédio moral e a precarização do trabalho. A fatia do orçamento destinada aos magistrados é desproporcional, e quem carrega o maior peso são os servidores. Estamos aqui para fazer resistência e lutar junto com vocês”, afirmou.
Representantes do sindicato do Rio Grande do Sul também estiveram presentes. Marcos Veleda, diretor de comunicação do SINDJUS-RS, enfatizou a importância da mobilização conjunta entre os estados. “Damos todo o apoio ao Sindicato do Pará porque essa pauta de valorização é a mesma que discutimos no Rio Grande do Sul. A direção sindical daqui é combativa e sempre reivindicou os direitos dos trabalhadores, sem negociar com a administração”, afirmou Veleda.
O SINTAJ Bahia também se fez presente no ato de protesto, com a participação do Coordenador-Geral Adelson Oliveira e do Coordenador de Comunicação Fábio Caldeira. Oliveira destacou: “Nosso papel aqui é ajudar os colegas do SINDJU Pará a conquistar o merecido plano de cargos e salários. Lá na Bahia, estamos nessa luta também. O sindicato do Judiciário tem essa união. Temos a FENAJUD, que congrega todos esses sindicatos, e sempre que algum colega ou parceiro precisa de apoio, não medimos esforços para nos deslocar e ajudar. Então, nossa missão aqui é ajudar os servidores do Tribunal de Justiça do Pará a conquistar o seu novo plano de cargos e salários. Conte sempre com a gente”, concluiu. Já o Coordenador de Comunicação acrescentou que a palavra é união. “Estamos aqui na união dos esforços, na luta legítima que visa a dignidade do trabalhador do Judiciário. A presença do SINTAJ Bahia é para engrossar o movimento do SINDJU Pará. Esta luta é nacional e faz parte da luta da nossa região, que, muitas vezes, enfrenta uma realidade financeira desproporcional ao esforço que dedicamos. A palavra aqui é união, luta e justiça para quem faz a justiça acontecer”, finalizou.
Uma AGE está marcada para a próxima sexta-feira, 4, quando a categoria vai reavaliar o movimento, considerando que a administração do TJ indicou a possibilidade de discussão de um projeto importante para a categoria no próximo dia 16 de outubro. “Os servidores não vão descansar enquanto as desigualdades no judiciário não acabarem”, declarou Danielle. A greve dos servidores do Judiciário do Pará continua a atrair apoio de lideranças sindicais e de servidores de outros estados, unindo forças em uma luta nacional por melhores condições de trabalho e contra as disparidades salariais entre magistrados e servidores.
O SINDJU tem desempenhado um papel central na organização e condução do movimento grevista, reafirmando seu compromisso com a defesa dos direitos da categoria e reforçando sua importância na promoção da justiça social dentro do sistema judiciário. A entidade segue firme no diálogo com as autoridades e mobilizada para garantir que as demandas dos servidores sejam ouvidas e atendidas, demonstrando que a luta por dignidade e valorização é uma prioridade inegociável. Juntos somos gigantes.