Publicado em: 15 de agosto de 2022
O feriado do dia 15 de agosto, dia da Adesão do Pará à Independência, suscita até hoje no povo paraense o anseio por liberdade, igualdade e justiça. Em 1823, o Pará foi a última província a aderir à Independência do Brasil, ocorrida no dia 07 de setembro do ano anterior. Um ano depois do grito do Ipiranga, a elite política paraense somente assinou o documento de adesão com Belém sob ameaça de ser bombardeada pela marinha inglesa, aliada de Dom Pedro I.
Após todos esses anos, a Adesão do Pará ainda pode ser concebida como um processo interrompido, que se mantém até hoje, com o Estado seguindo cada vez mais explorado por suas riquezas naturais e com um povo em miséria.
Após a Independência brasileira, que completa dois séculos neste ano, paraenses caboclos, escravizados, e intelectuais perceberam que o desejo de liberdade nunca se transformou em realidade, apenas uma mudança de elites no poder, agora sob o regime de Dom Pedro I.
Esse sentimento e as condições paupérrimas de vida levaram anos depois à eclosão da Cabanagem, única revolução em que o povo tomou o poder nas províncias brasileiras.
Inspirados pelos mesmos ideais de justiça e igualdade dos caboclos e escravizados, o sindicalismo paraense mantém-se firme na busca por um mundo melhor. Essa disposição torna-se mais forte em um Brasil que vive sob ataques e ameaças do governo Jair Bolsonaro, que tenta destruir as instituições democráticas e republicanas e matar por omissão ou complacência trabalhadores, negros, indígenas, defensores do meio ambiente, mulheres e membros da comunidade LGBTQIA+.
A diretoria do SINDJU reforça nesta data a inspiração na luta do povo paraense para continuar dia após dia buscando por melhores condições de trabalho, remuneração e vida para os servidores do TJ-PA.
A conquista da verdadeira independência somente ocorrerá com entidades dos trabalhadores fortes e unidas, uma ampla consciência de classe dos trabalhadores públicos e privados, e de disposição para romper os grilhões ideológicos e a repressão física.
Viva o povo paraense!