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» Especialistas trocam experiências no último dia do fórum sobre gestão de competências

Publicado em: 18 de maio de 2018



O Superior Tribunal de Justiça (STJ) encerrou nesta sexta-feira (18) a segunda edição do Fórum Aprimore: Competências e governança de pessoas. Durante dois dias, o encontro promoveu diversos debates sobre assuntos teóricos e operacionais, apresentando reflexões e casos relativos a pontos críticos do mapeamento de competências.

Pela manhã, o chefe da Seção de Aprimoramento Gerencial e Cidadania do STJ, Pablo Freitas, abriu os diálogos com o painel “Competências gerenciais e de equipes/coletivas: o papel do gestor e o papel da equipe”. O especialista em gestão pública conduziu o debate com as professoras e doutoras do Instituto de Psicologia da UnB Gardênia Abbad e Kátia Puente Palacios.

Equipes coesas

Pablo frisou o papel das competências gerenciais e da união das equipes de trabalho no alcance de resultados. “É impressionante como, hoje em dia, as competências relacionais, de equipe, interpessoais, fazem toda a diferença no resultado do trabalho, sobretudo no setor público. Portanto, é essencial formar equipes coesas”, esclareceu o gestor.

A professora Gardênia lembrou que suas primeiras pesquisas na área de gestão de pessoas, na década de 90, foram realizadas no tribunal, já considerado uma instituição inovadora em melhores práticas de gestão. Ela destacou casos e cenários para ilustrar os desafios contemporâneos a serem enfrentados pelos gestores, como o teletrabalho.

“Há estudos sofisticados que mostram novas configurações e grandes obstáculos para o gerenciamento dessas equipes. Precisamos estar atentos às mudanças contingenciais ao longo do tempo, para que saibamos formar equipes eficazes”, finalizou.

Kátia Palacios tratou das diferenças entre competências individuais e de equipe. “Ao falarmos de equipes competentes, estamos falando do conjunto de pessoas que compartilham, em algum grau, algum saber que ultrapassa a realização de um trabalho que vai beneficiar não apenas o indivíduo, mas a organização como um todo. Isso é importante para não se pensar, equivocadamente, que competência de equipes é igual a competências individuais agregadas”, concluiu.

Feedback

Durante a palestra “O que fazer após o mapeamento das competências?”, o consultor e diretor executivo da Leme Consultoria, Rogério Leme, explicou que a realização do mapeamento e da avaliação de desempenho, por si só, não provoca mudanças nas instituições. “Para que a mudança ocorra, é preciso aumentar o nível de consciência do servidor, e a ferramenta para isso é o feedback”, afirmou.

Segundo o consultor, uma das grandes dificuldades das instituições é que os gestores são preparados para cuidar de processos, mas não de pessoas. “É preciso preparar os gestores para fazer o feedback e os servidores para recebê-lo”, alertou.

Em seguida, Antônio Isidro, doutor em administração e coordenador do Laboratório de Inovação e Estratégia em Governo (LineGov) da Universidade de Brasília (UnB), falou sobre os desafios da gestão de competência diante das habilidades que serão exigidas dos servidores com o avanço das novas tecnologias: “É preciso uma nova mentalidade para a gestão por competência no serviço público, baseada na inovação, no aprendizado constante e em indicadores de desempenho.”

O professor do Departamento de Administração da UnB Francisco Coelho concluiu a palestra com a afirmação de que a gestão de competências na administração pública brasileira ainda está baseada em modelos mentais arcaicos. “Por isso, fóruns desta natureza são importantíssimos por permitir a reflexão, não só a respeito da técnica, mas sobre os paradigmas da administração pública brasileira”, elogiou.

Desafios do setor público

À tarde, foi a vez do painel “Escolas de governo: educação corporativa e desenvolvimento de competências”. Diogo Ferreira, chefe do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Servidores do Poder Judiciário, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atuou como moderador das discussões ao lado de Paulo Marques, diretor de educação continuada da Escola Nacional de Administração Pública, e Helder Rebouças, diretor do Instituto Legislativo Brasileiro, do Senado Federal.

Paulo falou sobre desafios no setor público, como, por exemplo, aumentar o impacto dos cursos no desempenho de gestores. O diretor expôs a realidade de centenas de milhares de servidores públicos, com 300 diferentes carreiras, funções e níveis gerenciais. Diante desse contexto, apontou para a necessidade não só de aumentar a oferta de cursos, mas de diversificá-la e melhorar o ensino.

Capacitação

Abrindo o painel “Governança e a gestão estratégica de pessoas”, Adriano César Ferreira, diretor de Governança, Gestão de Riscos e Segurança da Informação do Tribunal de Contas da União (TCU), esclareceu que instituições públicas ainda necessitam valorizar a relevância da gestão de pessoas.

Segundo o palestrante, um levantamento feito pelo TCU em 480 órgãos públicos revelou que apenas 6% alcançaram nível aprimorado de gestão. “A função da governança é definir e posteriormente monitorar o cumprimento da estratégia para que a gestão cumpra seu papel. Servidores capacitados e gestores com o perfil adequado são essenciais para isso”, disse.

Adriano esclareceu que é fundamental selecionar gestores com perfil adequado, prepará-los, avaliá-los e reconhecer sua contribuição. Além disso, afirmou o palestrante, deve-se definir uma estratégia organizacional de forma clara, ouvindo as partes interessadas.

Para a segunda palestrante, Lilian Brito Bertoldi, chefe da Seção de Governança em Gestão de Pessoas do CNJ, investir na gestão de pessoas é garantir qualidade de vida para a sociedade. “Temos 11 milhões de servidores, sendo 2 milhões só na esfera federal. Eles representam um investimento de R$ 200 bilhões por ano da sociedade”, disse. 

Lilian Bertoldi observou que o Brasil ainda mistura práticas modernas e arcaicas de gestão de pessoas. Ela concluiu com um alerta feito no Acórdão 358/2013 do TCU: “O tribunal afirmou que a ausência de profissionalização da gestão de pessoas na administração pública fragiliza o processo de tomada de decisões.”


Fonte:STJnotícias


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